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Voos caros e longas horas de viagem: ativistas do AC relatam desafios em trajeto até COP30 em Belém

Grupo de ativistas do Comitê Chico Mendes seguem rumo a Belém para a COP30 Comitê Chico Mendes Com saída na madrugada da última sexta-feira (7), dezenas de...

Voos caros e longas horas de viagem: ativistas do AC relatam desafios em trajeto até COP30 em Belém
Voos caros e longas horas de viagem: ativistas do AC relatam desafios em trajeto até COP30 em Belém (Foto: Reprodução)

Grupo de ativistas do Comitê Chico Mendes seguem rumo a Belém para a COP30 Comitê Chico Mendes Com saída na madrugada da última sexta-feira (7), dezenas de ativistas do Acre encararam uma verdadeira maratona aérea para chegar até Belém (PA), sede da COP30, a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas. A jornada, que levou quase 11 horas, incluiu saída do aeroporto de Rio Branco por volta da 1h50 da madrugada, escala em Brasília (DF) por mais de duas horas até a chegada do voo para a capital paraense, onde parte da comitiva de ativistas desembarcou por volta das 12h05 (horário de Brasília). 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp O grupo faz parte do Comitê Chico Mendes, que organiza uma ampla programação paralela à conferência, reunindo cerca de 70 pessoas com apoio da Fundação Banco do Brasil. Destes, 30 partiram do Acre na sexta (7). COP30: Belém começa a receber participantes da cúpula Entre os representantes está o jornalista Victor Manoel, que viajou nesta comitiva. Ele destacou ao g1 o quanto a distância e a falta de voos diretos impactam a participação da região Norte no evento. “Eu acho que as pessoas não entendem o quão limitante é esse deslocamento do Acre para qualquer outro estado. Eu fiquei abismado que, para conseguir um voo decente, que existe um voo direto do Acre para Belém, é em um horário certo, de um dia certo, e é mais caro que o normal", falou. A articuladora do Comitê Chico Mendes, Karla Martins, também reforçou que o custo elevado das passagens e a escassez de voos limitaram a participação de outros representantes amazônicos, mesmo em uma edição da COP realizada dentro da própria floresta. “Esse custo de deslocamento e esse valor, é claro que nos limitaram porque toda a Amazônia não vai poder estar, ainda que não dentro da 'Blue Zone', que é a zona dos credenciados, mas que pudesse estar em movimentos sociais fazendo conversas, debates e participando de programações relativas às questões climáticas, aos debates que nos tocam diretamente, que não toca somente quem está vivendo na floresta”, complementou. LEIA TAMBÉM: Carta de Belém: professores do AC defendem inclusão de povos tradicionais na gestão ambiental Mais de 30% dos moradores do AC já foram afetados por efeitos das mudanças climáticas, aponta estudo O que diz o relatório da ONU sobre compromissos climáticos dias antes da COP30? Preparo A comitiva acreana participa da inauguração do Espaço Chico Mendes e Fundação Banco do Brasil na COP30, no Museu Paraense Emílio Guilde, no bairro Terra Firme. O local sediará debates sobre o legado de Chico Mendes e o papel dos povos da floresta nas discussões climáticas. “O comitê Chico Mendes vai estar dentro desse espaço junto com uma quantidade de parceiros fazendo várias agendas coletivas, acompanhando os encontros de mulheres extrativistas, de mulheres indígenas, de juventudes, além de atividades culturais, debates, pautas climáticas e outras questões que estão sendo colocadas para debate”, disse Karla. Initial plugin text Apesar de o grupo contar com financiamento, os ativistas ressaltam que a logística continua sendo um obstáculo para que mais acreanos possam participar. O espaço do Comitê também contará com atividades do Conselho Nacional dos Extrativistas e da Revista Xapuri. “Estar presente na COP30, mesmo com esses desafios, é acima de tudo garantir esse espaço para nós como nortistas e como acreanos [...] isso representa essa oportunidade de poder falar e estar presente como acreano”, falou Victor. Para Karla, mais do que marcar presença, o objetivo é garantir que as vozes amazônicas sejam ouvidas e, assim, poder construir um legado que dê continuidade à missão de Chico Mendes, que não se restringia à floresta. "É um legado que ocupa muitas camadas e interseccionaliza por todos os biomas, por todas as questões ambientais e por todos os debates de clima. O pensamento do Chico era, para além do tempo dele, uma proposta de uma sociedade com bem viver garantido, com condição de vida para quem está na urbanidade e para quem está nas florestas, nas águas, nos diversos biomas nas zonas rurais, nas zonas florestais", finalizou. Grupo de ativistas do Comitê Chico Mendes se reúnem para discutir preparativos para a COP30 em Belém Arquivo pessoal/Cedida ao g1 VÍDEOS: g1